Publicado originalmente na edição online do jornal Revolution/Revolución (em inglês a 3 de março de 2022, em revcom.us/en/bob_avakian/basic-principle-war-ukraine, e em castelhano a 5 de março de 2022, em revcom.us/es/bob_avakian/un-principio-basico-sobre-la-guerra-en-ucrania).

Um princípio básico sobre a guerra na Ucrânia

Certamente que a intimidação e agressão de grande potência por parte da Rússia, de que a sua invasão da Ucrânia é um exemplo claro, é algo a que todas as pessoas decentes se devem opor. Mas nenhuma pessoa decente deve alinhar com os imperialistas norte-americanos na rivalidade destes com o imperialismo russo. Pelas razões que irei aqui abordar, é uma hipocrisia total e repugnante que os imperialistas norte-americanos, e os seus porta-vozes na comunicação social e outros seus representantes, estejam a condenar presunçosamente esta invasão russa, quando os Estados Unidos são o país que, de longe, mais levou a cabo invasões e outros atos de ingerência violenta noutros países...

Aqueles de nós que não estamos dispostos a nos deixarmos cegar por esta GFT*, podemos e devemos confrontar e analisar a realidade tal como ela é, e retirar as necessárias conclusões. Além do facto de os Estados Unidos serem hoje, e terem sido historicamente, aliados de muitos governos “autoritários” em todo o mundo (e, de facto, terem instalado pela força governos desse tipo em muitos países), a verdade ainda mais fundamental é que a essência do conflito entre os Estados Unidos e países como a Rússia e a China não é uma contenda entre a “democracia” e o “autoritarismo”, mas sim uma questão de rivalidade entre potências imperialistas, todas elas monstruosas opressoras das massas populares, e nenhuma delas representando ou agindo ao serviço dos interesses da humanidade. O que é necessário fazer, e com urgência neste momento, é opormo-nos a todos os imperialistas saqueadores e assassinos em massa, e a todos os sistemas e relações de opressão e exploração, dando ao mesmo tempo uma especial ênfase a nos opormos aos “nossos próprios” opressores imperialistas que cometem os seus monstruosos crimes “em nosso nome” e que nos tentam mobilizar para que os apoiemos com base num grotesco chauvinismo pró-norte-americano, algo que devemos rejeitar firmemente e contra o qual devemos lutar ferozmente.

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Evidentemente, este ato de agressão imperialista por parte da Rússia deve ser condenado. Mas, especialmente para as pessoas que residem nos Estados Unidos — que, repito, têm de longe o recorde desses atos de agressão — é uma questão de princípio básico e de profunda importância não fazerem eco das posições e não estarem ao serviço dos objetivos dos “nossos” imperialistas e, em vez disso, deixarem muito clara a nossa oposição aos objetivos e ações destes imperialistas (norte-americanos), que estão a usar a oposição à invasão russa da Ucrânia, não para promover a “paz”, nem “o direito das nações à autodeterminação”, mas como maneira de promover os interesses do imperialismo norte-americano, em oposição aos interesses dos seus rivais imperialistas russos. Portanto, de acordo com este princípio crucial, qualquer oposição à invasão russa da Ucrânia, especialmente por parte das pessoas neste país imperialista (os EUA), deve ser acompanhada por uma posição clara e determinada de que também se opõem ao papel dos Estados Unidos no mundo, incluindo as guerras que este permanentemente leva a cabo, e as outras maneiras como intervém violentamente noutros países.

Bob Avakian, líder revolucionário e autor de O Novo Comunismo

Excertos de:

Estes artigos fornecem uma inestimável orientação e estão disponíveis em revcom.us.

*  Bob Avakian refere num momento anterior deste artigo: “(...) o que [anteriormente] denominei como GFT, a Grande Falácia Tautológica, o ‘argumento circular’ de que os Estados Unidos são uma força do bem no mundo — e que tudo o que fazem é bom, ou pelo menos é feito com ‘boas intenções’, porque os Estados Unidos são (...) uma força do bem.”

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